segunda-feira, junho 30, 2008

As mentiras são causa de grande sofrimento


Aos receptores das mentiras aconselho a ler até ao fim, para se poderem proteger


São raros os textos que me chegaram às mãos e que tratavam de um outro ponto de vista: o do receptor (aquele que recebe a mentira).

Nesse texto trataremos do mentiroso (emissor) e daquele que recebe a informação falsa a quem chamamos de receptor. Muitos de nós temos encontrado pela vida pessoas que mentem. Algumas mentem por algum constrangimento ou medo e não o fazem com grande freqüência e também não nos prejudicam. Não raro, pegamos uma mentira de nossos amigos, parentes e colegas de trabalho. E isso, não muda a nossa postura para com eles. Mas às vezes, encontramos pessoas que mentem constantemente. Pessoas que mentem de forma compulsiva e não tem uma razão aparente para fazê-lo, são conhecidas como mentirosos patológicos. Para alguns profissionais, podem ser considerados portadores de Transtorno de Personalidade Anti-Social. Não creio que possamos enquadrar todos os casos nessa categoria.

Geralmente, por de trás de qualquer mentira, há uma intensa necessidade de ser aceite e amado. O indivíduo não aprova a si mesmo e mente para ser admirado. Mas naquelas pessoas que mentem constantemente, há um grande problema: suas mentiras têm o objetivo de manter as pessoas distantes. Eles sentem-se repelentes e parece que, com a mentira, conseguem uma “pele” mais aceitável. Num primeiro instante, podemos observar que o mentiroso se auto-repele. Nesse sentido, eles são destrutivos não só do ponto de vista pessoal como do ponto de vista relacional.

O EMISSOR
Muitos dos mentirosos patológicos, não ficam contentes apenas em dizer mentiras. Eles vão um pouco mais além. Transformam suas vidas numa mentira. Em algumas situações, o indivíduo adota uma identidade completamente diferente daquela que realmente possui. De acordo com dados obtidos em 72 casos de pessoas mentirosas que participaram de uma pesquisa, um terço dos mentirosos patológicos adoptam identidades falsas, mentem a idade, mentem sobre o trabalho que realizam, sobre seus familiares alegando que descendem de famílias importantes ou escondem os seus familiares, etc. Tais comportamentos dos mentirosos são bem descritos na literatura médica e psicológica do último século.

Alguns psicólogos, através de suas pesquisas, afirmam que os mentirosos patológicos são as pessoas mais charmosas que poderíamos conhecer em nossas vidas. São especialistas no engano e na fraude e, diferente de muitas pessoas, não demonstram emoções ou ficam perturbados quando estão mentindo. Daí a ligação com o Transtorno de Personalidade Anti-Social.Mas isto não é novidade pois, se eles vivem de aparência, geralmente apostam tudo nessa forma de comunicação. A mentira por si só, é um processo de sedução e portanto, agressivo.

Mas diferente do que se pensa, observações as pessoas que mentem, manifestam diferenças psicofisiológicas mensuráveis. Eles piscam constantemente e mudam a postura do corpo com mais freqüência. Apresentam falhas no discurso (às vezes gagueira), falam de maneira superficial e podem falar mais rapidamente no momento em que estão mentindo. O contato visual em geral, é pobre e seus olhos tendem a voltar-se para trás, fixarem-se num ponto que não é o rosto do receptor ou ficam mudando o olhar de um objeto para outro. Normalmente, suas expressões faciais sugerem sentimentos de dúvida e medo. Podem ainda, ficar ligeiramente ruborizados. Na medida em que envelhecem, suas mentiras tornam-se mais sofisticadas e portanto, mais convincentes. Por essa razão, que os mentirosos contumazes são difíceis de serem identificados à primeira vista.

AS ORIGENS DA MENTIRA

Pesquisas feitas no sentido de identificar o motivo que leva pessoas a mentirem de maneira patológica, apontam para traumas infantis. Muitas dessas pessoas ficaram aterrorizadas diante das inúmeras possibilidades do abandono criadas por pais instáveis. Também foram pessoas que passaram por situações de abuso em que foram envergonhadas e submetidas a vexames muito grandes. Muitas delas, começaram a mentir como forma de protegerem-se das ameaças e da culpa. Uma boa parte dos mentirosos patológicos, tiveram pais alcoólatras ou mentalmente doentes. Um outro estudo, que corrobora o anterior, mostra que esse tipo de mentiroso nasce e cresce em famílias onde são vitimas de uma infinidade de decepções, mentiras e fraudes. Para lidar com a realidade dura que tinham nas mãos, começaram a utilizar um mundo mágico de fantasias, ou seja, um mundo de negações.
Outros mentirosos cresceram com uma auto-imagem miserável. Muito desvalorizados, eles não acreditam que valham alguma coisa. Eles estão constantemente tentando fortalecer sua auto-imagem contando histórias grandiosas que servem como compensação pela vida miserável que têm e tiveram no passado. A mentira é um comportamento autodestrutivo porque, ao mentir, o sujeito nega-se a enfrentar suas dificuldades e assim, vai perpetuá-las.

OS RECEPTORES
A mentira é um hábito muito comum em nossa cultura. As mentiras abrangem um amplo espectro que vão desde uma condição inócua ( “Olha, essa roupa não deixa você gorda”, quando na realidade, deixa), até a uma forma criminosa (pessoas que mentem para obter benefícios e prejudicar os outros).
O custo da mentira é muito maior do que podemos imaginar. Uma mãe que mente freqüentemente para seu filho pequeno, pode causar-lhe uma infinidade de problemas que surgirão no comportamento futuro da criança, inclusive o próprio hábito de mentir. Tal comportamento por parte das mães, não é exceção. Ao contrário, é mais comum do que se pode imaginar. Uma mãe que manda seu filho dizer a alguém que não está em casa, quando está, ensina seu filho que a mentira é legitima.
Os motivos que levam uma pessoa a mentir são claros hoje : é a autodestruição que cria um desastre em sua vida amorosa, profissional e social. Talvez tenhamos uma tendência a pensar o contrário. Mas a verdade é que o mentiroso busca sua própria destruição. Vamos ver o exemplo de um casal:
Um indivíduo inicia um relacionamento com uma mulher que gosta muito. Para agradá-la e não perdê-la, o indivíduo mente. Ele quer seduzir a pessoa de quem gosta. Assim, inventa coisas sobre si mesmo que não são verdadeiras. Mas são coisas que agradaria ao mentiroso pessoalmente e que imagina, através da projeção, que é o desejo do outro (veja o texto, projeção na seção "Clínica")O que faz aqui é dizer que não acredita que a companheira vá se apaixonar por alguém como ele (auto julgamento) e assim, cria uma fantasia do que “ele” acha que é aceitável e passa essa imagem para o outro na forma de mentiras. A companheira, numa situação dessas, tem sua liberdade de escolha, seu livre arbítrio, eliminado de forma autoritária. Ela não poderá decidir se aquele é o indivíduo que queria para seu companheiro porque seu julgamento está calcado em imagens falsas que o companheiro lhe deu.
Podemos observar que o mentiroso é cruel porque não dá ao outro o direito de escolha. Ele impõe-se de forma autoritária. Geralmente o mentiroso observa aquilo que encanta a parceira (o) e é por esse caminho que ele (a) cria as mentiras. Ele nos diz que não suporta ser rejeitado e assim tem que mentir para ter o que deseja.
Mais tarde, quando suas mentiras forem descobertas, o parceiro terá duas possibilidades, sendo que ambas serão péssimas. A primeira seria esclarecer os fatos. A segunda, seria ignorar as mentiras.
No primeiro caso, em que vai se tentar esclarecer os fatos, o mentiroso poderá sentir-se extremamente humilhado. Isso ocorre porque a mentira já havia sido criada por causa de uma ferida insuportável que ele carregava na alma. A mentira servia para “cobrir” um estado de dor insustentável para ele. É uma ferida tão dolorida que precisa ser escondida. Negada. Ver sua ferida escancarada, humilha o mentiroso. Temos que observar que é ele que não suporta sua verdade. Ela o deixa humilhado. Então, ao contrário do que poderíamos imaginar, o esclarecimento, em vez de ajudar o mentiroso, provoca nele um estado de raiva impensável.
Além disso, a verdade o coloca em desvantagem na relação com a parceira. A mentira é por si só, um indicio de que a competição está presente. O mentiroso agora tem um defeito que a parceira não tem: a insuficiência. Essa é a origem da mentira, a sensação de insuficiência. Se as coisas acabarem por ai, o trauma da companheira não será tão grande. Mas em geral, não é o que ocorre. Como a companheira já estará bastante envolvida pois, o mentiroso é um mestre na arte de " se vitimizar", inicia-se uma batalha infernal de tentativas de salvar o mentiroso de suas misérias. A companheira investe toda sua energia para arrancar o objeto de seu amor desse mundo de delírios que é o mundo do mentiroso. Infindáveis conversas são iniciadas e nunca resultam em nada pois, agora, o mentiroso ressentido, estará entrincheirado, competindo com sua companheira. Ele sente que foi humilhado por ela e assim, não fará nenhuma cerimônia em pontuar, mais freqüentemente, os erros, falhas e problemas que ela têm. Vai retribuir com raiva, cada gesto que considere uma menção à sua insuficiência. Estará sempre “retribuindo” a humilhação de ter sido descoberto.

O casamento ou relacionamento pode acabar de forma desastrosa. Haverão traumas para o receptor que lutou de forma amorosa e digna para ajudar aquele a quem ela amava. Tudo que vai lhe restar é um sentimento de impotência e conseqüentemente de rebaixamento de auto-estima porque nada conseguiu fazer para ajudar seu companheiro. O desgaste é grande e mina a esperança de quem quer ajudar. Isso, entretanto, ocorre porque o mentiroso quer reduzir a companheira a um estado semelhante ao seu: o de impotência, autodestrutividade e vazio.
A segunda hipótese que era ignorar as mentiras do companheiro, não é tão fácil quanto possa parecer à primeira vista. Há muita coisa em jogo como, por exemplo, ver que as pessoas percebem e ridicularizam o mentiroso. Isso dói em quem ama. Uma outra coisa é que, é difícil viver com alguém que mente porque a receptora sabe, de antemão, que não tem a confiança daquela pessoa que ela ama. O mentiroso mente porque não confia. E finalmente, as coisas chegam num ponto em que a parceira não sabe se, o que a pessoa fala, é verdade ou mentira. A comunicação fica impossível. Há vácuos e desconfianças por todos os lados. O mundo das pessoas que vivem com os mentirosos dessa natureza, é um verdadeiro suplicio.

Dessa forma, muitas pessoas, depois de se separarem de um mentiroso, ficam completamente deprimidas e desgastadas e com uma certa prevenção em relação a futuros relacionamentos. Eu usei o exemplo de um relacionamento amoroso, mas mecanismos semelhantes podem ocorrer no trabalho e nas relações sociais. Os resultados serão semelhantes tanto no que diz respeito à percepção dos outros como também na autodestruição do mentiroso.

Tratar o mentiroso é uma coisa difícil por diversas razões. A primeira delas é que dificilmente eles procuram ajuda. A segunda é que esses indivíduos mentem porque não querem se deparar com sua insuficiência e os dramas que a causaram. Eles resolvem seu problema pela utilização do pensamento mágico. Por fim, é mais cômodo viver sonhando e mudando de cara sempre que se deseja, ainda que isso signifique a própria destruição e a destruição daqueles que estão à sua volta. Eles não querem dar-se ao trabalho de conhecer a si mesmos verdadeiramente. Como eles vivem só no presente, esse tempo o único que lhes interessa, não há como e nem porque, pensar em futuro ou rever o passado dolorido.

Por Mário Quilici

5 comentários:

Anónimo disse...

Olá ansiosa.
Desde que descobri o seu blog, venho cá com alguma frequeÊncia.
Permita-me uma pergunta , Está em Lisboa?.
Os seus temas são muito oportunos e gostava de falar consigo pessoalmente, para um prjecto que estou a elaborar na minha freguesia.
Gostava de uma resposta ou posso contacta via mail.qual?
Rui

Anónimo disse...

Ola. sou Marcia, estou passando por uma situacao como esta de mentira. meu namorado esta agindo desta forma. a ultima conversa q tive com ele foi : SO VOLTO SE VC COMECAR UM TRATAMENTO. ele me contou q comecou mesmo assim acho q esta mentindo pq pediu o numero da clinica nome completo do medico ele me passou errado. o q devo fazer. nao estamos juntos estou dando tempo p ele se tratar mnas mesmoa ssim. falamos sempre p ver se ele tem algum progresso . naoa credito mais nele. o q devo fazer. ele eh muito iseguro mas diz q nao eh ; anda atgras de mim o tempo todo , vai na academia me sondar fica escondido. vai no meu condominio , entra la escodido dos guardas. as pessoas q nao conhece ele fica c medo pq ele fica andando pelo condominio de madrugada, ate o sindico proibiu a entrada dele. chegou um dia destes la e ficou buzinando era 22:45 horas da noite. fez isto p q eu atendesse o telef. ja nao sei o q devo fazer. alguem ai ja passou por isto me ajude. eu quero ajuda-lo , mas sinto q estou chegando no meu limite. marciarosa_morena@hotmail.com Abraço.

ansiosa disse...

Marcia
Pouco posso ajudar ,no entanto te aconselho a contactar um tecnico de saude mental para saberes lidar com pessoas como o teu namorado.
é preciso muita força de vontade patra levar um tratamento psicilogico até ao fim
Cautela . Os mitómanos por vezes não se querem tratar, ou melhor ,se calhar não há tratamento , eles são mesmo assim e acham que eles é que estão certos
Um Abraço

Anónimo disse...

Sou casada 9 anos e ele já foi um grande mentiroso,lutei e anda luto para ajuda-ló,afinal temos duas crianças em jogo.Já estou cansada e dei até entrada em saparação,mas ele chora,se humilha e inplora e diz que vai mudar (meu sofrimento está maior que minha corajem).
Gostaria de um conselho amigo!Me ajudem....por favor.

Anónimo disse...

ivani
odeio ouvir mentiras,isso doi muito,destroi mais a quem ouve do a quem conta se a pessoa quer se destruir faça-o sozinha procurando pessoas do seu nível,mas não procuram fazer vitimas que adoecem com esta atitude pior sendo gerado em teu ventre pois nao existe ex-filho