sábado, maio 02, 2009

Infidelidade

Recentemente, dois cientistas norte-americanos levantaram uma tese polémica: a de que existe no ser humano uma tendência natural à infidelidade. Segundo eles, a monogamia, uma raridade entre a maioria dos animais, é apenas uma imposição cultural e social para o homem civilizado. De acordo com os pesquisadores, é antinatural um casal viver junto até que a morte os separe; na verdade, são outros motivos que costumam unir ou desunir os pares, como diferenças religiosas, necessidades económicas, preservação da espécie e reconhecimento da prole.
Embora a maioria das mulheres procure resistir ao impulso da traição, os homens caminham no sentido oposto. Eles ainda traem mais do que elas. A novidade é que agora eles começam a se sentir culpados por levar adiante casos extraconjugais. Muitos homens sentem culpa e ficam abalados ao destruir o vínculo de lealdade com a companheira do seu dia-a-dia. Essa culpa é um fenómeno de uma geração mais recente, formada por homens com menos de 50 anos, casados com parceiras que trabalham e dividem responsabilidades em pé de igualdade. A maioria dos que estão acima dessa faixa etária continua a ser infiel sem qualquer tipo de remorso ou culpa. De fato, homens e mulheres têm muitas diferenças. Divergem nas atitudes, na maneira de pensar e agir e principalmente no comportamento sexual. As mulheres adoram interagir, conversar, trocar. São características femininas, que aparecem logo na infância. Os homens, ao contrário, são de poucas palavras e reclamam que as mulheres não se interessam muito por sexo. Dizem que não são desejados como deveriam ser e que elas raramente tomam a iniciativa. Num estudo realizado nesses dois últimos anos, contactei em 45 homens que mais da metade deles (58%) não se sentem sexualmente desejados. Cerca de 65% deles se sentem valorizados como pais, cidadãos e profissionais, mas não como amantes.
Muitas mulheres sentem desejo, mas não procuram os seus parceiros. Às vezes, elas precisam de um estímulo para dar o primeiro passo. Essa atitude é bem mais fácil quando se tem 20, 25 anos. Já a mulher de 40 ou 50 anos dificilmente toma a iniciativa. Ela é receptiva aos estímulos eróticos e multiorgásmica, mas não tem coragem de expressar directamente que está interessada em um homem ou quer ter um encontro íntimo.
Entre os homens mais jovens, o sexo casual acontece de maneira diferente: não têm amantes fixas e os romances duram, em média, de três a quatro meses. Poucos desses homens traem porque encontraram a paixão de sua vida. A maioria busca uma mulher fora do casamento para se auto-afirmar e provar a si mesmo ou aos amigos que ainda está viril. Não existe envolvimento emocional. É sexo pelo sexo.
É claro que as mulheres também traem e isso tem sido crescente em decorrência da maior liberdade conquistada. À medida que o parceiro apresenta um tipo de problema até comum, como a ejaculação precoce, a mulher não mais consegue conviver com esse verdadeiro "desmancha-prazeres". Mas, ao contrário dos homens, são bem mais selectivas. Enquanto eles traem por razões ligadas à sexualidade, elas se tornam infiéis por motivos como desamor, decepção e raiva do parceiro.
Na verdade, em um mundo extremamente erotizado como o de hoje, a fidelidade absoluta somente é possível com um imenso esforço. Muitas vezes é preciso reprimir os impulsos para não fazer o parceiro sofrer. Por outro lado, a fidelidade deixou de ser uma imposição da sociedade para se tornar uma escolha basicamente consciente de quem conseguiu encontrar uma sensação de plenitude ao lado da pessoa amada.

Médico psicoterapeuta. Autor do livro Vida a dois - Editora Arx.

sexta-feira, abril 10, 2009

Será que sou uma pessoa imatura?

Será que sou uma pessoa imatura?

O autor, renomado psiquiatra espanhol, oferece aqui dez pontos bastante claros que possibilitam um auto-exame preciso.

A personalidade é a soma dos padrões de conduta reais e potenciais e é determinada por três factores:
a herança (o nosso património genético, aquilo que herdamos os nossos pais), o ambiente (aquilo que nos cerca) e a experiência de vida (a biografia de cada um). A personalidade é a marca própria e específica de cada um. O cartão de visita. Noutras palavras, a personalidade é uma organização dinâmica, em movimento, em que confluem s aspectos físicos, psicológicos, sociais e culturais de um indivíduo. Nós, psiquiatras, dedicamo-nos à engenharia do comportamento. Somos escavadores das superfícies psicológicas, procuramos aprofundar na mecânica interna do comportamento, para corrigi-lo, melhorá-lo, torná-lo mais equilibrado.
A pessoa imatura é uma pessoa a meio caminho, com uma psicologia incipiente, incompleta, que no está bem acabada e que tem muitos pontos negativos, mas que pode mudar, melhorar e tornar-se mais sólida, com a ajuda de um psiquiatra ou de um psicólogo.
Tentarei sistematizar os ingredientes principais da imaturidade, para que o leitor possa adentrar num tema tão complexo.

1. Desfasagem entre a idade cronológica e a idade mental.
É uma das manifestações que mais chama a atenção logo de cara. Não esqueçamos que há pessoas que amadurecem cedo e outras que levam mais tempo, e isso pode interferir um pouco na observação.

2. Desconhecimento de si próprio.
Conhecer-se a si próprio era uma das normas do herói grego. No templo dedicado ao deus Apolo, em Delfos, havia a inscrição: Gnothi Seauton, "conhece-te a ti mesmo". Trata-se de ter claro que aquilo que devemos estudar com mais afinco somos nós mesmos, temos de saber quais são as nossas limitações e as nossas atitudes. O conhecimento dessas realidades é como que a carta de navegação que nos ajuda a guiar-nos para uma vida adequada.

3. Instabilidade emocional.
A instabilidade emocional manifesta-se em mudanças do estado de ânimo: o sujeito passa da euforia à melancolia de um dia para outro ou mesmo dentro de um mesmo dia. É preciso distinguir essa variação dos chamados transtornos bipolares. O imaturo é desigual, variável, irregular, os seus sentimentos movem-se e balançam como um pêndulo, de maneira que ninguém nunca sabe o que esperar dele. Essa fragilidade é um traço bem característico da imaturidade. O seu estado de ânimo pode ser representado pelos dentes de uma serra, uma espécie de montanha russa cheia de oscilações.

4. Pouca ou nenhuma responsabilidade.
A imaturidade tem níveis, como qualquer outro fato psicológico. A palavra "responsabilidade" vem do latim responder, que significa "responder", "prometer", "satisfazer". Estar na realidade é ter consciência das próprias circunstâncias imediatas - o hoje e o agora -, que são inescapáveis e que ninguém pode menosprezar.

5. Pouca ou nenhuma percepção da realidade.
A captação incorrecta de si próprio e das circunstâncias leva o sujeito a ter um comportamento inadequado nas suas relações intrapessoais (desarmonia consigo próprio) e interpessoais (não sabe lidar com os outros, não sabe guardar distâncias e proximidades).

6. Ausência de um projecto de vida.
A vida não pode ser improvisada. É preciso uma certa organização, um esquema que planeje o futuro. E os três grandes temas do nosso projecto de vida devem ser: o amor, o trabalho e a cultura. E o sujeito imaturo não assume seriamente nenhum dos três. Não se vive sem amor; o amor deve ser o primeiro motor da vida, que impulsiona e dá força aos outros dois. Do nosso comprometimento com esses três grandes temas, brota a felicidade, suma e compêndio de uma vida coerente.

7. Falta de maturidade afectiva.
É preciso compreender o que é o amor e vê-lo como a vértebra da nossa vida sentimental. É o amor que dá sentido à vida. Mas não há amor sem renúncias. Além disso, é preciso ter a consciência de que ninguém é absoluto para o outro. Não há amor eterno; ele só existe nos filmes, nas canções da moda e na cabeça das pessoas imaturas. O que, sim, existe é o amor trabalhado a cada dia. Amar não significa ter sentimentos doces, mas voltar-se juntamente com o outro para as pequenas realidades quotidianas. No meu livro ¿Quién eres? ("Quem é você?"), descrevo a maturidade afectiva como uma dimensão à parte, com características próprias e específicas. Só gostaria de sublinhar uma coisa: como é fácil apaixonar-se e como é difícil manter-se apaixonado! Assistimos hoje uma verdadeira socialização da imaturidade afectiva.

8. Falta de maturidade intelectual.
A inteligência, assim como a afectividade, é outra das grandes ferramentas da psicologia. Há muitas formas de inteligência: teórica, prática, social, analítica, sintética, discursiva, matemática, analógica, intuitiva e reflexiva... Mas façamos uma idéia clara: uma pessoa é inteligente quando sabe focar um tema, fazer raciocínios e juízos adequados sobre a realidade, quando é capaz de formular um conjunto de soluções exequíveis e positivas para problemas concretos. Na linguagem mais moderna da psicologia cognitiva: inteligência é saber receber a informação a informação, codificá-la e ordená-la de correctamente a fim de oferecer respostas válidas, coerentes e eficazes. Nesse campo, as manifestações de imaturidade são ricas e variadas: falta de visão e planeamento do futuro; hipertrofia do presente e exaltação do instante; falta de justiça nas análises pessoais e gerais; sérias dificuldades para racionalizar os fatos e aplicar-lhes um certo espírito cartesiano. A vida é como um viagem e por isso é importante saber aonde se quer chegar.

9. Pouca educação da vontade.
A vontade é uma una jóia que enfeita a personalidade do homem maduro. Se é frágil e não foi temperada pro uma luta constante, transforma o sujeito em um tipo débil, mole, volúvel, caprichoso, incapaz de propor-se objectivos concretos, já que tudo se desfaz com o primeiro estímulo que vem de fora e o faz abandonar a tarefa que levava a cabo. É a imagem do menino mimado, que é digna de pena: levado, arrastado e tiranizado por aquilo que é mais gostoso, aquilo que o corpo pede no momento. Não sabe dizer "não", fazer renúncias. Um menino estragado, paparicado, malcriado, que se dobra diante de qualquer exigência séria, que nunca superará as suas próprias possibilidades. Um ser que aprendeu a não se vencer, mas a seguir os seus impulsos imediatos. Por essa via, tornou-se um sujeito volúvel, inconstante, leviano, superficial, frívolo, que se entusiasma facilmente com algo para abandoná-lo logo que as coisas ficam minimamente difíceis.
E isso acarreta outras consequências. O sujeito apresenta baixa tolerância às frustrações, é um mal perdedor, pois tem pouca capacidade de superar as adversidades uma vez que não está acostumado a vencer-se em quase nada; e há também uma tendência a refugiar-se num mundo fantástico a fim de escapar da realidade.

10. Critérios morais e éticos instáveis.
A moral é a arte de viver com dignidade, de usar correctamente a liberdade, de conhecer e pôr em prática aquilo que é bom. Na pessoa imatura tudo está preso por alfinetes que se soltam facilmente. A moda, a permissividade, o relativismo pautam a sua vida. Ele segue os vaivéns das novidades sem nenhum espírito crítico.
A maturidade é uma das pontes levadiças que conduz à fortaleza da felicidade e é resultado de um trabalho sério e paciente de perder e agregar, de polir, de limar, de procurar que a nossa forma de ser seja como uma pedra dessas que vemos nos rios que quase não têm arestas.

25/11/2008
Autor: Enrique RojasFonte:
www.quadrante.com.br

segunda-feira, fevereiro 09, 2009

Comportamentos Sexuais Desviantes

O transtorno afetivo bipolar é uma doença incurável, e os primeiros sintomas aparecem entre os 24 e 30 anos e não tem cura, segundo a medicina. Em fase de mania, o sujeito apresenta uma elevação do humor fora de proporção e uma agitação completamente descontrolada. Existe também um aumento da energia que leva o sujeito à hiperatividade. Ele não consegue mais ficar parado, sentado por mais do que alguns minutos ou relaxar. Existe um desejo muito grande de falar e uma redução muito grande da necessidade de sono. Não conseguem manter a atenção, e existe uma grande distração em seus pensamentos. O sujeito apresenta freqüentemente um aumento de sua auto-estima com idéias de grandeza e um aumento muito grande de suas capacidades. Em alguns casos há perda das inibições sociais que pode levar a condutas imprudentes, irrazoáveis, inapropriadas ou deslocadas. Mesmo estando “alegre demais”, as chamadas “ euforias descontroladas”, explosões de raiva e muita agressividade podem acontecer, geralmente provocadas por algum motivo externo, ou por nada, mas da mesma forma como aparece se desfaz, só que deixa uma grande dor emocional, um sentimento enorme de arrependimento e vergonha de se redimir. Os episódios de mania ainda podem vir seguidos de e idéias delirantes (em geral de grandeza) ou de alucinações ou de muita agitação, de atividade motora excessiva e de fuga de idéias de uma gravidade tal que o sujeito se torna incompreensível ou inacessível a toda comunicação normal. Esses são os sintomas maníacos psicóticos. E para entender melhor esses quadros dessa doença que vem atingindo um grande número da população, vamos explicar como o paciente se sente. Em geral ele se sente muito bem, invencível e não tem limites para suas capacidades e energia, podendo ficar dias sem dormir. Em fase de mania ele tem mil idéias, planos, conquistas e se sente frustradísssimo se a incapacidade dos outros não deixar ele ir além. Ele não consegue acabar de expressar uma idéia e já está falando de outra numa lista interminável de novos assuntos. Em alguns momentos ele fica muito furioso e não se intimida com nada, nem com ameaças. Não reconhece autoridades ou posições superiores às suas, e com a mesma rapidez com que se zanga, esquece o ocorrido como se nunca tivesse acontecido nada. As coisas que antes não o interessava mais, causam-lhe agora prazer. Mesmo as pessoas com quem não tinha bom relacionamento, são para ele agora muito especiais. Nessa fase, o doente, pode muitas vezes rir da própria desgraça e pode ainda de considerar-se um escolhido por Deus, uma celebridade, um líder nato. Inicialmente quando os sintomas ainda não se aprofundaram o paciente sente-se como se fosse ou pudesse ser uma grande personalidade, e com o aprofundamento do quadro essa idéia torna-se uma convicção delirante. Continuando a falar sobre os sintomas dessa doença, em alguns casos, o senso de perigo fica comprometido, e ele pode envolver-se em atividade que apresentam tanto risco para integridade física como patrimonial. O comportamento sexual fica excessivamente desinibido e mesmo promíscuo tendo numerosos parceiros num curto espaço de tempo.

domingo, janeiro 25, 2009

Sensação de Plenitude ao Lado da Pessoa Amada

Recentemente, dois cientistas norte-americanos levantaram uma tese polémica: a de que existe no ser humano uma tendência natural à infidelidade. Segundo eles, a monogamia, uma raridade entre a maioria dos animais, é apenas uma imposição cultural e social para o homem civilizado. De acordo com os pesquisadores, é antinatural um casal viver junto até que a morte os separe; na verdade, são outros motivos que costumam unir ou desunir os pares, como diferenças religiosas, necessidades económicas, preservação da espécie e reconhecimento da prole.
Embora a maioria das mulheres procure resistir ao impulso da traição, os homens caminham no sentido oposto. Eles ainda traem mais do que elas. A novidade é que agora eles começam a se sentir culpados por levar adiante casos extraconjugais. Muitos homens sentem culpa e ficam abalados ao destruir o vínculo de lealdade com a companheira do seu dia-a-dia. Essa culpa é um fenómeno de uma geração mais recente, formada por homens com menos de 50 anos, casados com parceiras que trabalham e dividem responsabilidades em pé de igualdade. A maioria dos que estão acima dessa faixa etária continua a ser infiel sem qualquer tipo de remorso ou culpa.
De fato, homens e mulheres têm muitas diferenças. Divergem nas atitudes, na maneira de pensar e agir e principalmente no comportamento sexual. As mulheres adoram interagir, conversar, trocar. São características femininas, que aparecem logo na infância. Os homens, ao contrário, são de poucas palavras e reclamam que as mulheres não se interessam muito por sexo. Dizem que não são desejados como deveriam ser e que elas raramente tomam a iniciativa. Num estudo realizado nesses dois últimos anos, contactei em 45 homens que mais da metade deles (58%) não se sentem sexualmente desejados. Cerca de 65% deles se sentem valorizados como pais, cidadãos e profissionais, mas não como amantes.
Muitas mulheres sentem desejo, mas não procuram os seus parceiros. Às vezes, elas precisam de um estímulo para dar o primeiro passo. Essa atitude é bem mais fácil quando se tem 20, 25 anos. Já a mulher de 40 ou 50 anos dificilmente toma a iniciativa. Ela é receptiva aos estímulos eróticos e multiorgásmica, mas não tem coragem de expressar directamente que está interessada em um homem ou quer ter um encontro íntimo.
Entre os homens mais jovens, o sexo casual acontece de maneira diferente: não têm amantes fixas e os romances duram, em média, de três a quatro meses. Poucos desses homens traem porque encontraram a paixão de sua vida. A maioria busca uma mulher fora do casamento para se auto-afirmar e provar a si mesmo ou aos amigos que ainda está viril. Não existe envolvimento emocional. É sexo pelo sexo.
É claro que as mulheres também traem e isso tem sido crescente em decorrência da maior liberdade conquistada. À medida que o parceiro apresenta um tipo de problema até comum, como a ejaculação precoce, a mulher não mais consegue conviver com esse verdadeiro "desmancha-prazeres". Mas, ao contrário dos homens, são bem mais selectivas. Enquanto eles traem por razões ligadas à sexualidade, elas se tornam infiéis por motivos como desamor, decepção e raiva do parceiro.
Na verdade, em um mundo extremamente erotizado como o de hoje, a fidelidade absoluta somente é possível com um imenso esforço. Muitas vezes é preciso reprimir os impulsos para não fazer o parceiro sofrer. Por outro lado, a fidelidade deixou de ser uma imposição da sociedade para se tornar uma escolha basicamente consciente de quem conseguiu encontrar uma sensação de plenitude ao lado da pessoa amada.

Médico psicoterapeuta.Moacir Costa- Autor do livro Vida a dois - Editora Arx.

quarta-feira, novembro 26, 2008

Namorei um psicopata

Eu não sabia que existia gente assim . Mas agora já sei!


O psicopata é bem conhecido pela cultura popular, um assíduo freqüentador de manchetes de jornais e de programas sensacionalistas. Mas o que o senso comum não sabe é o que se passa em sua alma. De origem grega, psyché, alma; path, sofrimento, a psicopatia indica o doente da alma ou enfermo mental. Alguns acham mais adequado o termo sociopatia, mas muitos deles são conhecidos como ‘serial killers’ – assassinos em série. Além destes, muitos outros criminosos coléricos têm características inerentes a esse distúrbio psíquico. O traço que distingue esse enfermo dos psicóticos é que o psicopata é muito perverso. Ele está sempre atualizado e antenado com a realidade, mas seu superego – aquele sensor que todos temos em nossa mente – está ausente, e isso o priva de qualquer culpa.

A Organização Mundial de Saúde inclui em sua classificação de patologias essa doença, sob a expressão “distúrbio da personalidade dissocial”. Estes pacientes não conseguem se submeter a regras sociais, a convenções e não levam em conta o que sentem os outros. Eles estão sempre centrados em si mesmos, nas suas necessidades, revelam emoções sem nenhuma densidade, carecem de uma autopercepção, controlam muito mal os seus impulsos, não lidam bem com frustrações e partem para a agressão com facilidade, são irresponsáveis, não exprimem remorso nem ansiedade relativamente ao seu comportamento. Manipulam habilmente as outras pessoas e demonstram um cinismo perturbador, revelam-se incapazes de amar. Além disso, os psicopatas mentem, roubam, enganam, fraudam, abandonam suas famílias, põem em risco suas vidas e as dos outros. Quem espera encontrar um psicopata apenas nas expressões ferozes e nos crimes absurdos, pode se surpreender ao observar um outro estilo, o da criatura charmosa e simpática, que parece ser regido pela razão, mas que não hesita em cometer um assassinato quando isso atende às suas conveniências.

Há algumas polêmicas de foro judicial, sobre como tratar criminosos psicopatas. Alguns sustentam que, mesmo doentes, eles estão conscientes do que fazem e poderiam evitá-lo. Geralmente este paciente não tem recuperação e quando dá início a uma série de assassinatos violentos, não cessa mais de cometê-los, portanto só uma prisão perpétua pode contê-lo. Ele não tem condições de conviver socialmente, pois não aprende com seus erros nem com os castigos aplicados. Os psicopatas procuram dissimular seu comportamento quando se dão conta de que a sociedade não o aceita, mas isso não significa que eles se modificaram.

Normalmente eles são muito inteligentes e sabem como esconder os traços de sua personalidade. No cotidiano, estes indivíduos não revelam possuir outros distúrbios psíquicos, e mostram-se até calmos e aparentemente normais no relacionamento social. Falam bem e muitas vezes tornam-se líderes de suas comunidades. Mesmo após um longo convívio, são poucos os que conseguem enxergar seu aspecto sombrio. Assim, eles conseguem eficazmente manter uma vida dupla.Na verdade, uma boa parte das pessoas com este distúrbio consegue se conter e não se tornar um criminoso – alguns políticos corruptos, líderes inescrupulosos, seres agressivos e que cometem abusos, entre outros. Esta doença pode ser diagnosticada precocemente. Ela tem início na infância ou na adolescência e persiste ao longo da vida – é possível detectar essa enfermidade em torno dos 15 ou 16 anos. É só lembrar dos casos de adolescentes ou até mesmo crianças que promovem massacres nas escolas ou matam a própria família.

autor: ana lucia santana

quinta-feira, outubro 30, 2008

O Psicopata

Não sabia que existia gente assim

O termo “psicopata” caiu na boca do povo, embora na maioria das vezes seja usado de forma equivocada. Na verdade, poucos transtornos são tão incompreendidos quanto a personalidade psicopática

Encantadoras à primeira vista, essas pessoas geralmente causam boa impressão e são tidas como “normais” pelos que as conhecem superficialmente. O Psicopata tem uma capacidade de encantar o interlocutor desprevenido. Diz sempre o que o outro gostaria de ouvir .

No entanto, costumam ser egocêntricas, desonestas e indignas de confiança. Com frequência adoptam comportamentos irresponsáveis sem razão aparente, excepto pelo facto de se divertirem com o sofrimento alheio. Os psicopatas não sentem culpa. Nos relacionamentos amorosos são insensíveis e detestam compromisso. Sempre têm desculpas para seus descuidos, em geral culpando outras pessoas. Raramente aprendem com seus erros ou conseguem frear impulsos.

Diagnosticar uma psicopatia é possível com o teste desenvolvido pelo psicólogo canadense Robert D. Hare,
O método inclui uma entrevista padronizada com os pacientes e o levantamento do seu histórico pessoal, inclusive dos antecedentes criminais. O PCL-R revela três grandes grupos de características que geralmente aparecem sobrepostas, mas podem ser analisadas separadamente: deficiências de carácter (como sentimento de superioridade e megalomania), ausência de culpa ou empatia e comportamentos impulsivos ou criminosos (incluindo promiscuidade sexual).

As pessoas com transtornos psicóticos, em que é frequente a perda de contacto com a realidade, os psicopatas são quase sempre muito racionais. Eles sabem muito bem que suas acções imprudentes ou ilegais são condenáveis pela sociedade, mas desconsideram tal fato com uma indiferença assustadora.
(...)

por Scott O. Lilienfeld e Hal Arkowitz

terça-feira, outubro 14, 2008

Valores, quais valores?

Hoje sinto-me assim


Um amigo ofereceu-me um livro este inicio de verão que muito apreciei.
Eu não sabia que havia gente assim, sem os valores fundamentais, eu achava que eram fundamentais para a convivência entre seres humanos tais como; o amor ,amizade , o respeito, solidariedade, a verdade.
Fiquei a saber que há pessoas que não merecem respeito, isto porque não respeitam nada nem ninguém.
Acreditem, eu Não sabia que existia gente assim, e estou tão triste , acho mesmo que esta tristeza não me abandonará mais. Quanto mais dou atenção ao que me rodeia ,mais triste fico.
Eu luto... eu procuro ... mas onde estão as pessoas que eu achava que existiam, pessoas amigas , pessoas respeitadoras ,pessoas sérias ,verdadeiras? Sempre me disseram que elas existiam .
Fui enganada ou também acreditavam e passaram-me essa falsa realidade .Terei sido enganada? Não, não fui enganada, quero acreditar que os pais não enganam os filhos , o que querem é protege-los da maldade, da hipocrisia, do cinismo, dos oportunistas. Os meus esqueceram-se que , e era o mais provável, morreriam primeiro que eu , e depois...agora estou só e sem força para resistir a tanta maldade, sem ninguem para me mimar e proteger.
Depois das férias, que foram longas pensei que voltaria cheia de energia, mas não.


Preciso muito de beijinhos e abraçosPreciso mesmo!!!!